Stella de Loic Foxer: Uma heroína dos quadrinhos eróticos


O primeiro post do blog sobre um quadrinho erótico precisava ser sobre Stella, uma pequena série do quadrinista erótico francês Loic Foxer (ou Foster). A Stella é minha heroína das HQs adultas favorita e surgiu em 1987 na revista francesa "Bede Adult" e ganhou cinco histórias: "Les Nuits Blanches de Stella" ("As Noites Brancas de Stella"), "Les Nuites Sadiques de Stella" ("As Noites Sádicas de Stella"), "Les Folles Nuits de Stella" ("As Noites Loucas de Stella"), "Les 1001 Nuits de Stella" ("As 1001 Noites de Stella") e "Les Nuits Secrètes de Stella" ("As Noites Secretas de Stella"). Foxer é conhecido por escrever mulheres fortes e decididas, mas acho que Stella é a que mais se destaca.
Sua imagem é claramente a de uma dominatrix, não tem muito o que explicar aqui. Ela está sempre vestida apenas com seu "pedaço" de látex, luvas de ópera do mesmo material e botas na altura da coxa, os olhos claros e sobrancelhas arqueadas acentuam a expressão autoritária de sua figura. Porém, Stella não é nada "brava e insensível" como o esteriótipo de uma dominatrix diz e é exatamente isso que me faz amá-la.


Digamos que a Stella não é o tipo de gente que seus pais gostariam que você chamasse para um "rolê": ela é sexualmente insaciável, está sempre em alguma orgia e anda praticamente semi-nua por aí (e por isso é frequentemente confundida com uma prostituta). Mas, após algumas páginas, você irá desejar tê-la no seu círculo de amizades. Acima de tudo, Stella é muito amigável e é possível dizer que é dona de um grande coração. Ela está sempre ajudando as pessoas, tanto que a quinta e última história é totalmente dedicada a investigar a morte de sua amiga Yana. Stella vai muito além da imagem de "mulherão", ela é realmente uma boa pessoa embora seu estilo de vida seja considerado imoral, socialmente falando.


E claro, se Stella domina alguém, este alguém é ela mesma. Dona de si, não deixa ninguém mandar nela e poderia ser facilmente um sinônimo para autoritarismo. Ela é livre, leve e solta, totalmente descompromissada, talvez seu único parceiro real seja a noite. Em "Les 1001 Nuits de Stella", no entanto, Stella se apaixona de verdade pela primeira vez, por um príncipe árabe que a ajuda a escapar do harém que a sequestrou. Acho uma pena que acabou não dando certo. Gosto de pensar que, mesmo com um parceiro sério, ela não iria perder o autoritarismo nem a liberdade.


Stella ganhou poucas publicações, mas a mensagem foi entregue: o quanto sua roupa expõe seu corpo e o número de pessoas com quem você dorme numa noite não interferem no quão carismático, amigável, inteligente, bondoso e simpático você é. Se Stella é uma heroína, os superpoderes dela são a independência e a solidariedade (lembrando que ela oferece ajuda também no sentido sexual). Considero a arte de Foxer lindíssima, tendo a gostar mais de HQs eróticas em preto e branco do que coloridas (nunca soube explicar essa minha preferência), alguns não gostam, dizendo passar a sensação de ser "frontal" demais, mas acho muito charmosa e ele consegue desenhar personagens com um físico belíssimo (apenas acho que a arte de Stella não supera a de Venena, que talvez eu venha falar sobre aqui). Contudo, não aconselho Stella para quem está começando a ler quadrinhos adultos, a não ser que não se importe com cenas mais explícitas e constantes.
Stella será uma das minhas role models fictícias por um bom tempo, não tem como não me sentir inspirada por tanta personalidade e glamour misturado à fetiche. Espero ter a sorte de encontrar um encadernado original para comprar um dia.

Por hoje é só, espero que tenham gostado e continuem acompanhando o GH! Me sigam e enviem sugestões:

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